Dia da Indústria: Avanço industrial em novas cidades transforma presente e futuro na Bahia

26.05.2025
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Com mais de 22 mil empresas, a Bahia possui uma indústria diversificada, que vai desde a cadeia petroquímica, alimentos e bebidas, mineração, energias renováveis, indústria têxtil, até a agroindústria. Se historicamente a grande virada econômica do estado ocorreu nos anos 1950, com a descoberta e exploração do petróleo, passando pela criação do Centro Industrial de Aratu (CIA), na década de 1960, e a implantação do Polo de Camaçari, na década de 1970, em 2025 o território baiano tem novas vertentes de desenvolvimento.

Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, por exemplo, tem se mostrado um competitivo centro industrial, com destaque para as fábricas de calçados e de produtos alimentares. Nos últimos cinco anos, o número de estabelecimentos industriais na cidade aumentou 33,8%, acima do registrado no estado da Bahia.

O crescimento industrial no território de Feira de Santana, que faz parte da identidade do Paraguaçu, tem sido um dos mais dinâmicos da Bahia. Feira, em particular, destaca-se com taxas de crescimento acima da média, refletindo um desenvolvimento industrial robusto.

De acordo com o superintendente da FIEB, Vladson Menezes, em 2002 a região representava 6,3% da economia baiana, atualmente chega a 8,5%, muito influenciada pela indústria agroalimentar, mas também com a chegada de outras empresas, como Pirelli e a Vipal Borrachas (pneus), frigoríficos e outras.

Já o Oeste, que representava menos de 6% da economia há mais de 20 anos, hoje já passou dos 10%, quase dobrando de tamanho. A região é uma potência agroindustrial, destacando-se pela produção de soja e algodão, e pela crescente produção de sorgo e milho. A produção integrada (milho e soja, em sistema de rotação) garante ganhos de produtividade e sustentabilidade.

INVESTIMENTOS NO OESTE

Diante do potencial frente à produção de grãos, dois grandes empreendimentos foram recentemente anunciados na Bahia: um pela Inpasa, em Luís Eduardo Magalhães, e outro pela Impacto Bioenergia, em parceria com a Petrobahia, no município de Jaborandi.

Quando estiverem em operação, devem adicionar cerca de 1,1 milhão de metros cúbicos por ano à produção baiana de etanol, praticamente dobrando a capacidade atual. “Somados, representam mais de R$ 2 bilhões em investimentos e colocam a Bahia no centro da nova fronteira de biocombustíveis no país”, explica o economista Carlos Danilo Peres, especialista em Desenvolvimento Industrial da FIEB.

Isso porque o etanol de milho representa um salto de qualidade, destacando-se por sua eficiência e flexibilidade. O milho pode ser armazenado, o que permite às usinas operarem durante todo o ano. De acordo com Peres, o modelo industrial também é mais versátil, com usinas capazes de processar diferentes matérias-primas. Além disso, existe uma diversidade de coprodutos, que podem ser usados para ração animal, produção de óleo, entre outros.

A Bahia também tem se destacado no cenário nacional pela capacidade de gerar energias renováveis, que chegam ao interior, muitas vezes no semiárido, demandando uma série de serviços e gerando empregos de qualidade. “A gente tem também a produção de frutas, processamento da celulose e a mineração, que exercem um papel importante na economia das regiões”, acrescenta Carlos Danilo Peres.

MINERAÇÃO

A exploração mineral é um segmento relevante para a economia do estado, que responde por aproximadamente 2% do PIB baiano e emprega mais de 14 mil pessoas. Em 2024, a indústria da mineração foi responsável por arrecadar R$ 168 milhões em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) na Bahia, representando 2,5% da arrecadação nacional, mantendo o estado como o quarto maior arrecadador do país, atrás apenas de Pará, Minas Gerais e Goiás.

A diversidade de reservas minerais é um fator que coloca a Bahia em destaque. Mais de 200 municípios baianos sediam projetos minerários, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

O presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, avalia que há um movimento promissor no estado, mas lembra que a Bahia tem dimensões continentais e seus recursos devem ser aproveitados estrategicamente para gerar desenvolvimento. Para isso, é fundamental garantir condições propícias para o avanço do setor produtivo, com investimentos em infraestrutura, incentivos adequados e apoio institucional.

“Para atrair investimentos industriais para o interior é necessário um conjunto de condições: infraestrutura adequada, logística eficiente, qualidade na oferta de energia elétrica e mão de obra qualificada. Isso requer a presença de centros de formação profissional próximos aos polos produtivos emergentes e o Sistema FIEB tem atuado forte neste sentido”, afirma.

Foto: Jorge Magalhães / Divulgação

Fonte: FIEB

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